As eleições realizadas no dia 31
de Agosto, as terceiras desde a independência, realizaram-se num clima de
serenidade, sem confusões e com meios tecnológicos bastante avançados. O povo, em minha opinião foi o maior
victorioso desse processo eleitoral que teve o seu ponto central o dia das eleições. Já não se pode dizer o mesmo em relação aos
principais intervenientes neste processo, os partidos políticos. Eles mostraram
tão somente que são os que saem desse processo com cartão vermelho, uns por
atropelaram completamente os princípios da ética e civismo em momentos
eleitorais e outros por usarem e abusarem a comunicação social pública que não
pertence a nenhum dos partidos políticos concorrentes ou não concorrentes,
apesar de não ter sido isto o que transpareceu.
A CNE o órgão encarregue de
administrar todo processo eleitoral fez um trabalho sofrível, melhor do que o
das eleições passadas, mas ainda distante de um trabalho imaculado,
pois muitas foram ainda as irregularidades verificadas que em nada poem causa
os resultados divulgados mas que não mais se deviam registar desta vez.
Em relação aos partidos
políticos, os partidos denominados de “oposição radical” basearam a sua
campanha em insultos as figuras do partido no poder tratando-os de gatunos o
que, em minha opinião, só não desencadeou um onda de insultos e contra insultos porque o povo estava nem ai
para assistir um espetáculo desse género. Daí
considerar o povo como o maior
victorioso. A Unita neste aspecto
devia merecer o prémio de campeão da tentativa de inviabilização das eleições.
Muitos consideram também que ganhou
a democracia, mas democracia com uma utilização excessiva dos meios de
comunicação social públicos por parte do partido no poder, com inaugurações em
pleno momento de campanha eleitoral, prática essa proibida em países com
democracias em estado muito avançado, é
batota e não contribui nada para o equilíbrio que se exige, sobretudo quando já
se sabe que quem fez o que se mostra
excessivamente é o partido no poder sem ser somente necessário mostrá-lo em
campanhas eleitorais.
Nestas eleiçoes se tivéssemos que
premiar os partidos políticos, o premio de tentativa de inviabilização das
eleições iria para a UNITA, o prémio de uso excessivo, e de causar enjoo, da
comunicação social pública iria para o MPLA, o prémio de insulto as instituições
e órgão do Estado iria para a CASA-CE, o prémio de partido regionalista iria
para PRS, o prémio de partido sobrevivente iria para FNLA e por fim o prémio de
partidos flash que nada trazem de novo para o povo angolano iria para FUMA,
CPO, PAPOD e ND.
Quanto a CNE resta somente dizer que faltou-lhe coragem para assumir que
estavam a fazer as coisas por cima do
joelho e que isso em grande medida pesou muito para que o seu desempenho não
conseguisse ser imaculado.
Esperemos por 2017 para ver o que
será e como será novamente o processo eleitoral, se será tal como este marcado
por uma elevada percentagem de abstenção ou se pelo contrário será o tão
desejado processo eleitoral perfeito. Haver vamos!!!